terça-feira, 23 de agosto de 2011

Trabalho com blogs aproxima professora paulista de alunos

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O blog da professora contém ideias e atividades educacionais prontas, que ela própria elabora. A maior parte do conteúdo abrange as áreas de português e de matemática, mas também há material para artes, ciências, geografia e história

O trabalho em sala de aula era insuficiente para suprir a necessidade de expressão da professora Janaína Spolidorio, que gosta de escrever e elaborar atividades didáticas. A partir da criação de um blog, ela passou a ter mais motivação e a usar as ideias exatamente como desejava. Formada em letras, com licenciatura plena em português e inglês e pós-graduação na área de informática, Janaína tem 18 anos de magistério. Professora da rede pública de São Bernardo do Campo (SP), ela reúne experiência profissional que inclui educação infantil, ensino fundamental e médio e escolas de idiomas.

Para a professora paulista, os blogs são parte da vida dos alunos naturalmente e podem influenciar também a atividade do professor, como importante ferramenta de trabalho. “O blog é um espaço virtual que pode ter a função que a pessoa desejar”, avalia. “A experiência que ele proporciona é ímpar e, certamente, pode trazer grande ampliação de conhecimentos para o professor.”

Janaína revela ter percorrido um caminho virtual tortuoso e enfrentado dificuldades até chegar ao primeiro blog. Nele estão disponíveis ideias e atividades educacionais prontas, que ela costuma elaborar, com textos de autoria própria. A maior parte do conteúdo abrange as áreas de português e de matemática, mas também há material para artes, ciências, geografia e história. As atividades não são divididas por ano, para não limitar o trabalho do professor.

Além desse blog principal, ela mantém um simplificado, que traz material dividido por tema, e o Pergunte a Janaína Spolidorio, criado para oferecer aos leitores um espaço adequado a tirar dúvidas.

Pais — Como os alunos de Janaína são pequenos, de turma de alfabetização, quem participa do blog são os pais. “Uma parte do blog, sob a categoria pedagogia, é destinada a ensinar aos pais como ajudar os filhos em casa, como melhorar a aprendizagem dos filhos e outras coisinhas mais”, diz a professora. “Se eu tivesse uma turma de terceira ou quarta série, teria planos de criar um blog participativo, orientado, no qual os alunos aprenderiam a gerenciar blogs, escrever artigos e elaborar web-episódios, entre outras coisas”, ressalta.

A professora sonha em montar um portal de recursos educacionais abertos (REA), no qual abriria um diretório de indicação de blogs “maravilhosos” de professores. 

Fátima Schenini



http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16990

domingo, 14 de agosto de 2011

Feliz dia dos Pais para as Mamães!!!

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Todo dia é o dia das mães, sim aquela companheira do pai que a toda hora esta ali pra o q der e vier para nos ajudar. É inegável o seu valor mais hoje gostaria de falar sobre aquelas mães que enfrenta sozinha a barra de criar um filho com dignidade. Sei também que não são só as mães solteiras que se desdobram para ser mãe e pai. Há também as mães viúvas, as mães cujos maridos são ausentes ou indiferentes com relação aos filhos. Que esta curta mensagem tenha o efeito de um abraço de ternura e gratidão a você e a todas essas verdadeiras heroínas que “tecem, com as próprias lágrimas, um manto de luz para envolver o filho que Deus lhes coloca nos braços.” 

domingo, 31 de julho de 2011

Escolas podem usar Twitter e Facebook como ferramenta pedagógica

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Com mais de 300 milhões de perfis cadastrados, o microblog twitter pode ser usado para auxiliar professores e alunos em sala de aula. A regra se aplica a outros sites de relacionamento como you tube, facebook  e flickr.
Segundo o especialista Oge Marques, professor da Universidade Atlântica da Flórida, através do twitter é possível aprofundar questões sobre temas que surgem dentro das salas de aula. Através de sites de relacionamento, os estudantes podem trocar conhecimentos com professores e outros colegas de classe. A melhor maneira de obter um bom desempenho dos estudantes através das mídias sociais é permitir o acesso a esses sites, dentro de ambientes controlados por adultos. Nesses casos, o professor funciona como o mediador que ensina que informações devem ou não ser aproveitadas.
O professor Jorge Armando Valente, pesquisador do  Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied) da Unicamp, afirma que sem a orientação adequada, os sites deixam de ser ferramentas pedagógicas. “Se não tiver alguém orientando, não é pedagógico. A ideia de que na rede um ajuda o outro, é romântica. O que acaba acontecendo é que um cego conduz outro cego”, diz.
Jorge Armando afirma também que até o momento, nenhum país consegue usar as redes sociais como ferramentas pedagógicas de forma sistemática.

1º Encontro Internacional de Blogueiros – 28 a 30 de outubro

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Está confirmado o 1º Encontro Internacional de Blogueiros, em Foz do Iguaçu.


O evento vai discutir “O papel da globosfera na construção da democracia”.

São esperados internautas dos Estados Unidos, Europa, Ásia, África e América Latina.

Dentre os convidados internacionais estão o francês Ignácio Ramonet, criador do jornal Le Monde Diplomatique; o espanhol Manuel Castells, autor de diversos livros sobre a cultural digital; a norte-americana Amy Gooldmann, responsável pela rede “Democracy Now”; o espanhol Pascual Serrano, blogueiro e fundador do sítio Rebelion; o blogueiro cubano Iroel Sanches; o coordenador da campanha de Ollanta Humala (Peru), Elvis Moris; o argentino Pedro Bringler, blogueiro e diretor da TV Pública da Argentina.

Há grande expectativa mundial sobre o Encontro Internacional de Blogueiros, uma vez que um dos principais convidados internacionais é o Julian Assange, criador do Wikileaks.




Wikileaks é uma organização transnacional sem fins lucrativos que publica em seu site posts de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis. Pela importância e repercussão que teve no mundo nos últimos meses, o Wikileaks e a forma como os governos e empresas de comunicação tratam as informações, devem ser alguns dos principais temas a serem debatidos no Encontro Internacional de Blogueiros.

Sobre o papel da “Globosfera no Brasil” deverão dividir mesa de debate: Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada); Luís Nassif (Blog do Nassif); Hidegard Angel (blogueira carioca); Esmael Morais (blogueiro paranaense).

Nesta semana, o blog oficial do 1º Encontro Internacional de Blogueiros informará dicas de hospedagens em Foz do Iguaçu. (alterações na programação etc, são previstas)

Programação

28 de outubro, sexta-feira
9 horas – abertura oficial do evento com a presença de autoridades e
 promotores do evento;
10 horas – Debate: “A internet e novo jornalismo”
- Ignácio Ramonet (França), criador do jornal Le Monde Diplomatique e 

autor do livro recém-lançado “A explosão do jornalismo”;
- Manuel Castells (Espanha), autor de diversos livros sobre a cultura digital;
- Dênis de Moraes, organizador do livro “Mutações do visível: da comunicação 

de massa à comunicação em rede”;
14 horas – “Experiências da globosfera nos EUA e Europa”
- Julian Asange – criador do Wikileaks;
- Amy Gooldman – responsável pela rede “Democracy Now”;
- Pascual Serrano (Espanha), blogueiro e fundador do sítio Rebelion;
29 de outubro, sábado.
9 horas – Atividades culturais
17 horas – “A globosfera no Brasil”
- Paulo Henrique Amorim – autor do Conversa Afiada e jornalista da TV Record;
- Luis Nassif – criador do Blog do Nassif;
- Hidergard Angel – blogueira do Rio de Janeiro; e
- Esmael Morais – blogueiro do Paraná.
30 de outubro, domingo.
9 horas – “Experiências da globosfera na América Latina”
- Atilio Boron – blogueiro argentino e ex-coordenador da Conselho Latinoamericano 

de Ciências Sociais (Clacso);
- Iroel Sanches – autor do blog La Pupila Insomne e presidente da União

 de Escritores de Cuba;
- Elvis Mori – coordenador da campanha nas redes sociais de Ollanta Humala (Peru);
- Pedro Bringler – blogueiro e membro da TV Pública da Argentina.
14 horas – “Experiências da globosfera na Ásia e África”.
- Representante das redes sociais do Egito;
- Movimento dos blogueiros do Japão;
- Movimento de software livre da Índia;
17 horas – Plenária final. - Debate e aprovação da “Carta de Foz do Iguaçu”
 em defesa da democratização da comunicação;
- Definição dos próximos passos da articulação internacional.
Clique aqui para fazer sua inscrição

domingo, 5 de junho de 2011

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O PAPEL DA ESCOLA NA ERRADICAÇÃO DO MONOLINGÜISMO




Ricardo Schütz



O que tem ocorrido ao longo do tempo é que a responsabilidade sobre o papel formador das aulas de Línguas Estrangeiras tem sido, tacitamente, retirado da escola regular e atribuído aos institutos especializados no ensino de línguas. Assim, quando alguém quer ou tem necessidade, de fato, de aprender uma língua estrangeira, inscreve-se em cursos extracurriculares, pois não se espera que a escola média cumpra essa função.

Às portas do novo milênio, não é possível continuar pensando e agindo dessa forma. É imprescindível restituir ao Ensino Médio o seu papel de formador. Para tanto, é preciso reconsiderar, de maneira geral, a concepção de ensino e, em particular, a concepção de ensino de Línguas Estrangeiras.

... o Ensino Médio possui, entre suas funções, um compromisso com a educação para o trabalho. (Parâmetros curriculares nacionais, códigos e suas tecnologias. Língua estrangeira moderna. Brasília: MEC, 1999. pp 49-63.)

Es por esto, que las escuelas deben de considerar un desarrollo multicultural en sus salones de clase para proveer un ambiente social que apoye el aprendizaje del niño y la adquisisión de un segundo idioma. (Anna I. Escalante, St. Thomas University, Houston TX 05/1997).



INTRODUÇÃO



A atual transformação do mundo em direção a uma comunidade globalizada é mais rápida do que parece. No Brasil, pais conscientes das exigências deste mundo moderno e preocupados em proporcionar o melhor para seus filhos, precisam hoje gastar, além dos cerca de 4.000 reais por ano de escola secundária particular, mais 1.200 em cursos de inglês. As escolas, por sua vez, sem terem uma visão clara de o que significa "aprender inglês", e insistindo numa abordagem ao ensino de línguas inspirada ainda em metodologia do início do século, comprovadamente ineficaz, deixam de cumprir plenamente com suas atribuições: a de proporcionar as qualificações básicas necessárias ao indivíduo de uma sociedade em processo de globalização irreversível.



FATOS A SEREM CONSIDERADOS:



Fluência na língua da comunidade global, além de ser um instrumento indispensável nas carreiras acadêmica e profissional do homem moderno, é também aptidão multicultural e capacidade de interpretar a realidade sob diferentes prismas, representando portanto desenvolvimento intelectual.

O período ideal para tornar a pessoa bilingüe é a infância e a adolescência. Estudos no campo da neurolingüística, da psicologia e da lingüística já demonstram que, por fatores de ordem biológica e psicológica, quanto mais cedo, melhor. O ritmo de assimilação das crianças não só é mais rápido, como seu teto, mais alto.

Assim como o local ideal para se aprender tênis e futebol é a cancha e o campo, e para se aprender química é o laboratório, ambientes ideais para o aprendizado de línguas são centros de convívio multiculturais.

A criança, muito mais do que o adulto, precisa e se beneficia de contato humano. Crianças têm grande resistência ao aprendizado formal, artificial e dirigido. Elas só procuram assimilar e fazer uso da língua estrangeira em situações de autêntica necessidade, desenvolvendo sua habilidade e construindo seu próprio aprendizado a partir de situações reais de interação em ambiente da língua e da cultura estrangeira. Ao perceberem que a pessoa que deles se aproxima fala sua língua materna, dificilmente se submetem à difícil e frustrante artificialidade de usar outro meio de comunicação. A autenticidade do ambiente é mais importante do que o caráter (lúdico ou não) das atividades, e ambos, indiscutivelmente, são mais importantes do que qualquer planificação didática prédeterminada.

Os pais e a sociedade em breve estarão a exigir, principalmente daquelas escolas particulares cujas receitas não justificam nenhuma postergação, que cumpram com a obrigação que lhes compete: proporcionar todas as qualificações básicas necessárias ao indivíduo da sociedade moderna, inclusive fluência em língua estrangeira.

Existe plena viabilidade econômica. A proliferação em cadeia de cursos de inglês, com lojas abrindo em cada esquina, em cidades grandes e pequenas, freqüentemente caracterizadas pela improvisação e pelo amadorismo, e custando de R$1000 a R$1200 por semestre (mais de 20% do total dos encargos educacionais), demonstra a viabilidade econômica da criação de departamentos de educação bilingüe ou de centros de convívio e de intercâmbio lingüístico e cultural dentro da própria escola. Pais conscientes das exigências imediatas do mundo moderno hoje precisam confiar seus filhos às mãos de instrutores nem sempre qualificados ou nem sempre bem remunerados. O que hoje é uma oportunidade de mercado normalmente explorada por investidores oportunistas, pode e deve gradativamente passar a ser gerenciado por profissionais com competência acadêmica, de preferência dentro da própria escola que o jovem já freqüenta.

CONCLUSÃO



Compete portanto às escolas de Ensino Fundamental e Médio criar centros de convívio que proporcionem ambientes multiculturais de language acquisition para complementar o ensino convencional de inglês (fortemente inspirado em language learning) já normalmente oferecido. Esses centros de convívio em língua estrangeira devem contar com a participação de falantes nativos na coordenação das atividades, e podem ser complementados com convênios junto a escolas no exterior e programas de intercâmbio cultural. Tais centros de language acquisition poderiam vir a servir como etapa intermediária no processo de implementação de educação bilíngüe, onde determinadas matérias do currículo escolar são ministradas em língua estrangeira, a exemplo das escolas internacionais encontradas nos grandes centros.



Schütz, Ricardo. "O Papel da Escola na Erradicação do Monolingüismo." English Made in Brazil . Online. 05 de junho de 2011.

A IDADE E O APRENDIZADO DE LÍNGUAS

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Ricardo Schütz


Atualizado em 24 de fevereiro de 2008

Já na Babilônia e no antigo Egito o homem procurava entender a complexidade de suas habilidades cognitivas, e especialmente a capacidade de assimilar e usar línguas.



Hoje, o que se aceita de forma geral, com base no que as ciências da neurolingüística, da psicologia e da lingüística oferecem, é uma série de hipóteses que procuram explicar esta habilidade exclusiva do ser humano. Essas hipóteses são resultado de estudos científicos que ajudam a explicar, não só o desempenho cognitivo do ser humano, mas também as diferenças entre crianças e adultos.



A IDADE CRÍTICA



Parece não haver dúvida de que existe uma idade crítica (como propõe Lennenberg), a partir da qual o aprendizado começa a ficar mais difícil e o teto começa a baixar. Este período parece situar-se entre os 12 e os 14 anos, podendo entretanto variar muito conforme a pessoa e, principalmente, conforme as características do ambiente lingüístico em que o aprendizado ocorre. As limitações que começam a se manifestar a partir da puberdade são fundamentalmente de pronúncia, como mostra o gráfico ao lado.



O estudo dos diferentes fatores que afetam o desenvolvimento cognitivo do ser humano pode ajudar a explicar o fenômeno da idade crítica. Os principais fatores são:



fatores biológicos

fatores cognitivos

fatores de ordem afetiva

o ambiente e o input lingüístico

FATORES BIOLÓGICOS



Os órgãos diretamente envolvidos na habilidade lingüística do ser humano são o cérebro, o aparelho auditivo e o aparelho articulatório (cordas vocais, cavidades bucal e nasal, língua, lábios, dentes). Destes, sem dúvida, o cérebro é o mais importante.



A hipótese da lateralização do cérebro - Pesquisas no campo da neurologia demonstram que os dois hemisférios cerebrais desempenham diferentes funções. O lado esquerdo é o lado lógico, analítico; enquanto que o direito é o lado criativo, artístico, sensível à música, responsável pelas emoções e especializado em percepção e construção de modelos e estruturas de conhecimento. O hemisfério direito seria, por assim dizer, a porta de entrada das experiências e a área de processamento dessas experiências para transformá-las em conhecimento.

Sabe-se também que a lateralização do cérebro ocorre a partir da puberdade. Ou seja, no cérebro de uma criança os dois hemisférios estão mais interligados do que no cérebro de um adulto, correspondendo esta interligação ao período de aprendizado máximo. A assimilação da língua ocorreria via hemisfério direito para ser sedimentada no hemisfério esquerdo como habilidade permanente. Portanto, o desempenho superior das crianças estaria relacionado à maior interação entre os dois hemisférios cerebrais.



Acuidade auditiva - É sabido que crianças e adolescentes possuem uma acuidade auditiva superior. Fato curioso e ilustrativo disto, é a recente controvérsia na Inglaterra a respeito de um dispositivo, lançado no mercado em 2006, que emite um son desagradável aos ouvidos, som este que só crianças e jovens de até 25 anos conseguem ouvir. O aparelho tem sido usado para evitar aglomeração de jovens frente a lojas, escolas, etc. Notícia recentemente publicada em um site de notícias diz:

Ultrasonic anti-teen device - Feb 12, 2008

The creators of a pioneering device that uses high-frequency sound to stop teenagers congregating outside shops, schools and railway stations reacted angrily today to news that the government-appointed Children's Commissioner wants to see it banned.

The £500 Mosquito device has been installed at some 3,500 locations across the country since it first went on sale in January 2006. It emits an irritating, high-pitched sound that can only be heard by children and young people up into their early twenties, forcing them to move on.

(Their sound causes discomfort to young ears - but their frequency is above the normal hearing range of people over 25.)

But Sir Albert Aynsley-Green, the Children's Commissioner for England appointed to represent the views of the country’s 11 million children, has set up a campaign – called Buzz Off – that is calling for the Mosquito to be banned on grounds that it infringes the rights of young people.



Meanwhile in the US students are using a new ring tone to receive messages in class — and many teachers can't even hear the ring.

Some students are downloading a ring tone off the Internet that is too high-pitched to be heard by most adults. With it, high schoolers can receive text message alerts on their cell phones without the teacher knowing.

As people age, many develop what's known as aging ear — a loss of the ability to hear higher-frequency sounds.



Além da capacidade auditiva superior, uma provável maior flexibilidade muscular do aparelho articulatório também ajudaria a explicar o fenômeno da marcante superioridade infantil no processo de assimilação de línguas.



FATORES COGNITIVOS



Formação da matriz fonológica - O adulto monolíngüe, por já possuir uma matriz fonológica sedimentada, se caracteriza por uma sensibilidade auditiva amortecida, treinada a perceber e produzir apenas os fonemas do sistema de sua língua materna. A criança, por sua vez, ainda no início de seu desenvolvimento cognitivo, com filtros menos desenvolvidos e hábitos menos enraizados, mantém a habilidade de expandir sua matriz fonológica, podendo adquirir um sistema enriquecido por fonemas de línguas estrangeiras com as quais vier a ter contato.



Assimilação natural x extudo formal - Uma diferença importante entre crianças e adultos quanto à suas habilidades cognitivas, é que o adulto já passou por grande parte de seu desenvolvimento cognitivo. Com um caminho maior já percorrido e uma bagagem maior acumulada, o adulto tem a capacidade de lidar com conceitos abstratos e hipotéticos, enquanto que a cognição das crianças, ainda em fase de construção, depende fundamentalmente de experiências concretas, de percepção direta. Isto explica a capacidade superior dos adultos de compreender a estrutura gramatical da língua estrangeira e de compará-la à de sua língua materna. Explica também a tolerância superior dos adultos quando submetidos a situações artificiais com o propósito de exercitarem línguas estrangeiras, bem como a tendência de buscar simples transferências no plano de vocabulário, com ajuda de dicionários.



Stephen Krashen, em sua hipótese learning/acquisition, estabelece uma distinção clara entre learning (estudo formal - receber e acumular informações e transformá-las em conhecimento por meio de esforço intelectual e de capacidade de raciocínio lógico) e acquisition (desenvolver habilidades funcionais através de assimilação natural, intuitiva, inconsciente, nas situações reais e concretas de ambientes de interação humana) e sustenta a predominância de acquisition sobre learning no desenvolvimento de proficiência em línguas.



Krashen defende a importância maior de acquisition sobre learning referindo-se a adolescentes e adultos. Considerando que acquisition está mais intimamente ligado aos processos cognitivos do ser humano na infância, é lógico e evidente deduzirmos que acquisition é ainda mais preponderante no caso do aprendizado de crianças.



Portanto, se proficiência lingüística pouco depende de conhecimento armazenado, mas sim de habilidade assimilada na prática, construída através de experiências concretas, fica com mais clareza explicada a superioridade das crianças no aprendizado de línguas.



A HIPÓTESE DA HARPAZ



A hipótese de Harpaz é a mais esclarecedora. A aquisição da fala e a descoberta do mundo são processos paralelos para a criança. A interação lingüística da qual a criança participa proporciona a maioria dos dados nesse processo de desenvolvimento cognitivo. Como conseqüência, as estruturas neurais no cérebro que correspondem aos conceitos que vão sendo aprendidos acabam naturalmente e intimamente associadas às estruturas neurais que correspondem às formas da língua.



Quando um adulto aprende uma língua estrangeira, seus conceitos (já formados) já possuem estruturas neurais fixas associadas às formas da língua materna. As estruturas neurais correspondentes às novas formas da língua estrangeira não possuem relação com as estruturas dos conceitos já formados, sendo esta uma associação mais difícil de ser estabelecida. É por isto que, no aprendizado de adultos, as dificuldades causadas pela interferência da língua materna são maiores.



A respeito do aprendizado de línguas na infância e da interferência da língua materna, Harpaz diz:



Humans are born with an ability to comprehend and generate all kinds of phonemes, but during childhood (starting from birth, and maybe before) this ability is shaped by experience such that only the phonemes of the native language are easily comprehended and generated. In adults, these abilities are much less plastic, so adult learners of a new language find it specially difficult to comprehend and generate the phonemes of the new language that are not used in their native language.



At the time of learning to speak, the child learns to understand the world, and linguistic interaction forms most of the data in this learning. As a result, the learned neural structures that correspond to concepts tend to be associated with the neural structures that correspond to the words (by Hebbian mechanisms).



When an older person learns a language, the concepts already have neural structures, which are quite fixed. The neural structures corresponding to the words in the new language, which are determined by the perceptual input, have no relations to the former structures, and hence the association is relatively difficult to learn.



In learning a new language, the learner is not only required to perform new sequences of mental and motoric operations, but is also required not to perform the old ones. The old sequences are very thoroughly learned through practice, so it is very difficult to avoid performing them. Thus older second language learners find it very difficult not to slip back into their old language, both in terms of motoric actions (pronunciation) and mental actions (syntax structures, phrases etc.). For a young child, this is much less of a problem, because his/her language performance is much less practiced.



(Harpaz, Yehouda. http://human-brain.org/myths.html. Online. Dec 1, 2007)



FATORES AFETIVOS E PSICOLÓGICOS



A hipótese conhecida como affective filter, também de Stephen Krashen, explica que fatores de ordem psicológico-afetiva podem causar um impacto direto na capacidade de aprendizado, tais como:



desmotivação: é a ausência de motivo espontâneo, causada por programas não autenticados pela presença da cultura estrangeira e que não representam desafio. Também freqüentemente causada pela frustração de não se ter alcançado proficiência através do estudo formal ou pelo insucesso em sistemas de avaliação (exames, notas, etc.). Experiências anteriores de resultados negativos, podem desencorajar o aluno de uma nova tentativa. Aquele que não se identifica com a cultura estrangeira, - ou que às vezes até a despreza, - normalmente por falta de informação a respeito da mesma, estará desmotivado para aprender sua língua. Já a criança, por natureza tem um alto grau de curiosidade pelo desconhecido e forte sintonia com tudo no ambiente que a rodeia.





perfeccionismo: tendência a preocupar-se excessivamente com a forma, e idéia radicalizada do conceito de certo e errado em se tratando de línguas. A pessoa prefere não correr o risco de cometer deslizes.





falta de autoconfiança: talvez causada por traumas durante a educação recebida em casa ou na escola, e pela radicalização do conceito de certo e errado em se tratando de línguas. A pessoa que tem uma boa imagem de si próprio e autoconfiança, é por natureza mais experimentador e descobridor.





dependência da eloqüência: A precisão e elegância no falar é uma conquista alcançada ao longo da vida, fruto de uma carreira acadêmica. Essa habilidade com nossa língua materna representa segurança e poder, dos quais é difícil abrir mão. Isso torna a tarefa de começar de novo na língua estrangeira, do quase nada, de forma rudimentar, como se pouco inteligente fôssemos, extremamente frustrante.





autoconsciência: consciência da própria imagem; capacidade de imaginar o que os outros podem pensar e preocupar-se com isso.





ansiedade: causada pela expectativa excessiva de obtenção de resultados.





provincianismo: atitude de se fechar naquilo com que se identifica, seu jeito de ser e de falar; de se sentir inseguro fora deles - problema freqüentemente observado em adolescentes.

Ora, todos esses bloqueios são resultado da vida pregressa do indivíduo, podendo ocorrer portanto unicamente em adolescentes e principalmente adultos. Fica, pois, novamente evidenciado que as crianças, ainda livres de tais bloqueios, devem ter uma capacidade de assimilação superior à dos adultos.



O AMBIENTE E O INPUT LINGÜÍSTICO



Krashen, em sua comprehensible input hypothesis, sustenta que assimilação de línguas ocorre em situações reais, quando a pessoa está exposta a uma linguagem que esteja um pouco acima (não muito acima) de sua capacidade de entendimento. Ora, é natural que quando adultos se dirigem à crianças, usam um linguajar próprio, modificado tanto no plano estrutural como no vocabulário, para se aproximar ao nível de compreensão da criança. Já nos ambientes em que adultos vivem, eles não recebem o mesmo tipo de tratamento. Uma vez que são adultos, seu universo de pensamento e linguagem é mais amplo; ou seja, o caminho já desbravado é maior e a linguagem, por eles almejada e a eles dirigida, tende a ser mais complexa e os conceitos mais abstratos, facilmente se situando além de seu nível de entendimento.



Desta forma, podemos concluir que os ambientes de convívio das crianças são, por natureza, mais propícios ao aprendizado de línguas do que os ambientes dos adultos.



CONCLUSÕES:



Linguagem é um elemento de relacionamento humano e todos desenvolvem proficiência em línguas estrangeiras mais através de acquisition (desenvolvimento de habilidades através de assimilação natural, intuitiva, inconsciente, em ambientes de interação humana) do que de learning (estudo formal - memorizar informações e transformá-las em conhecimento através de esforço intelectual), especialmente crianças. Portanto, línguas não podem ser ensinadas, mas serão aprendidas se houver o ambiente apropriado.





Crianças assimilam línguas com mais facilidade, porém têm grande resistência ao aprendizado formal, artificial e dirigido. As crianças, mais do que os adultos, precisam e se beneficiam de contato humano para desenvolver suas habilidades lingüísticas. Entretanto, se perceberem que a pessoa que deles se aproxima fala a língua materna, dificilmente se submeterão à difícil e frustrante artificialidade de usar outro meio de comunicação. Elas só procuram assimilar e fazer uso da língua estrangeira em situações de autêntica necessidade, desenvolvendo sua habilidade e construindo seu próprio aprendizado a partir de situações reais de interação em ambiente da língua e da cultura estrangeira. Portanto, a autenticidade do ambiente, principalmente na pessoa do facilitador, é mais importante do que o caráter das atividades (lúdicas ou não), e ambos são mais importantes do que qualquer planificação didática predeterminada.





O ritmo de assimilação das crianças é mais rápido e, o teto, mais alto.





Existe uma idade crítica (12 a 14 anos), a partir da qual o ser humano gradativamente perde a capacidade de assimilar línguas ao nível de língua materna. Essa perda é mais perceptível na pronúncia. Até os 12 ou 14 anos de idade, a criança que tiver contato suficiente com o idioma, o assimilará de forma tão completa quanto a língua materna.





No nosso caso (brasileiros que vivem no Brasil), onde ambientes autênticos de língua e cultura estrangeira são raros, decisões a respeito do aprendizado de inglês de crianças devem ser baseadas menos na idade e mais na oportunidade. De nada adiantará colocar a criança cedo em contato com uma língua estrangeira se o modelo oferecido for caracterizado por desvios e ausência de valores culturais – é melhor esperar por uma oportunidade melhor.





É grande a responsabilidade ao se colocar crianças, que ainda não atingiram a idade crítica, em clubes, cursinhos ou escolinhas que oferecem inglês. Se os instrutores tiverem uma proficiência limitada, com sotaque e outros desvios que normalmente caracterizam aquele que não é nativo, todos os desvios serão transferidos à criança, podendo causar danos irreversíveis a seu potencial de assimilação. Seria como colocar a gema bruta nas mãos de um lapidador aprendiz.





Atividades que expõem a criança prematuramente ao sistema ortográfico do inglês, o qual se caracteriza por extrema irregularidade e acentuado contraste em relação ao português, são prejudiciais. Veja Correlação Ortografia x Pronúncia.





Uma vez que o momento ideal de se alcançar proficiência em línguas estrangeiras é a idade escolar e, sendo bilingüismo uma qualificação básica do indivíduo na sociedade moderna, compete às escolas de ensino fundamental e médio proporcionar ambientes autênticos de language acquisition.





É grande a responsabilidade do poder público em abrir urgentemente as fronteiras culturais, facilitando a vinda de falantes nativos de línguas estrangeiras através de um enquadramento legal específico e burocracia simplificada, bem como incentivando a criação de organizações voltadas a intercâmbio lingüístico e cultural e promovendo a isenção fiscal das mesmas.





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BIBLIOGRAFIA



Bialystok, Ellen. "Effects of Bilingualism and Biliteracy on Children's Emerging Concepts of Print". Developmental Psychology, Vol. 33, No. 3.

Brown, H. Douglas. Principles of Language Learning and Teaching. Prentice Hall Regents, 1994.

Clampitt, Sharon. Age and the Acquisition Process. Inter American University of Puerto Rico.

Fromkin, Victoria and Robert Rodman. An Introduction to Language. Fort Worth, TX: Harcourt Brace College Publishers, 1974.

Harpaz, Yehouda. "Myths and misconceptions in Cognitive Science". Human Cognition in the Human Brain. . Online. Nov 1, 2003.

Krashen, Stephen D. Principles and Practice in Second Language Acquisition. Prentice-Hall International, 1987.

Krashen, Stephen D. Second Language Acquisition and Second Language Learning. Prentice-Hall International, 1988.

Lenneberg, Eric H. Biological Foundations of Language. New York: Wiley, 1967.



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Schütz, Ricardo. "A Idade e o Aprendizado de Línguas." English Made in Brazil . Online. 05 de junho de 2011.

O PAPEL DOS PAIS NO PROCESSO DE APRENDIZADO DE OUTRA LINGUA

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Em primeiro lugar, precisamos entender exatamente o que significa "aprender inglês", para podermos entender a distinção entre acquisition e learning, conforme a respeitada teoria sobre aprendizado de línguas estrangeiras de Stephen Krashen.




O conceito de language learning está ligado à abordagem tradicional ao ensino de línguas, assim como é ainda hoje praticada na escola secundária. A atenção volta-se à língua na sua forma escrita e o objetivo é o entendimento pelo aluno da estrutura e das regras do idioma através de esforço intelectual e de sua capacidade dedutivo-lógica. É um processo progressivo e cumulativo, através do qual se oferece ao aluno conhecimento a respeito da estrutura da língua estrangeira, de seu funcionamento, conhecimento esse que espera-se venha a se transformar na habilidade de entender e falar essa língua.

Language acquisition refere-se ao processo de assimilação natural, subconsciente, intuitivo, fruto de situações reais de interação humana. É semelhante ao processo de assimilação da língua materna pelas crianças; processo esse que desenvolve familiaridade com a língua na sua forma oral, produzindo habilidade prática e não necessariamente conhecimento. Exemplo de language acquisition são os programas de intercâmbio cultural, através dos quais adolescentes e jovens adultos residem em países de língua e cultura estrangeira durante um ano, atingindo um grau de fluência próximo ao de língua materna.

Em language learning, o professor ensina um conteúdo predeterminado e o aluno adquire conhecimento; em language acquisition de preferência não há professor, há, isto sim, interação humana intercultural (entre pessoas de diferentes línguas e culturas), na qual um funciona como agente facilitador e através da qual o outro (aluno) constrói sua própria habilidade, na direção de seus interesses.



Krashen finalmente sustenta que language acquisition explica não só o desenvolvimento da língua materna, mas também a assimilação de línguas subseqüentes, sendo mais importante do que language learning para a assimilação da língua estrangeira, não só para crianças, mas também para adultos.



Portanto, o que a lingüística aplicada moderna preconiza (especialmente para crianças) é acquisition. E para que acquisition ocorra, é preciso que a criança ou o jovem esteja situado em um autêntico ambiente de convívio na língua e na cultura estrangeira. Um ambiente desses, entretanto, dificilmente pode ser criado artificialmente. O elemento fundamental desse ambiente são as pessoas que o compõe.



Se os pais, por exemplo, falarem o idioma estrangeiro com um nível de proficiência equivalente ao da língua materna, e tiverem o hábito de usá-lo no dia-a-dia, irão naturalmente transmiti-lo para a criança no convívio familiar. Entretanto, pais que falam o idioma estrangeiro, porém não habitualmente e não com a naturalidade com que falam a língua materna, não devem iludir-se com a possibilidade de ensiná-lo a seus filhos, uma vez que ambientes de language acquisition são dificilmente criados artificialmente. A língua usada é parte importante do relacionamento entre duas pessoas. A intimidade de um ambiente familiar tem uma identidade única, tornando-se difícil criar ambientes múltiplos, caracterizados por diferentes línguas. A língua que a família usa é a língua que a criança assimilará. Para assimilar outras línguas, a criança terá que freqüentar outros ambientes.



Se o ambiente familiar não oferecer language acquisition, pode-se buscá-lo em outros ambientes (escolas de línguas), nos quais o papel do facilitador é fundamental.



Embora salas de aula não sejam o ambiente ideal para assimilação de línguas estrangeiras, é possível criar-se um ambiente de acquisition em sala de aula. Para isso, o professor deve funcionar como facilitador, preenchendo dois requisitos básicos: domínio sobre o idioma (inclusive competência cultural) em nível de língua mãe e habilidade pessoal para saber explorar os aspectos psicológicos e afetivos do aprendizado de línguas da criança. Se o facilitador falar inglês com sotaque e com outros desvios que normalmente caracterizam aquele que não é nativo, a criança os assimilará, e talvez para sempre.



Os ambientes ideais de language acquisition podem ser classificados em ordem de preferência:



a) Um país de origem da língua e da cultura que se procura adquirir. Por exemplo, os Estados Unidos ou a Inglaterra para inglês. Neste ambiente os facilitadores seriam todos: amigos, colegas, professores, e talvez o(s) próprio(s) pai(s).



b) Um ambiente familiar, como o descrito anteriormente.



c) Uma escola de línguas que saiba e que tenha condições de criar ambientes de convívio multiculturais com situações reais e concretas de interação humana, em que acquisition possa ocorrer. Aqui, os materiais a serem usados são irrelevantes e a existência de um plano didático predeterminado é contraproducente. Fundamental é que haja espaço para improvisação e criação e que o(s) facilitador(es) preencham os dois requisitos básicos: plena competência na língua com sua cultura e habilidade de construir vínculos com crianças e adolescentes no plano afetivo. O ideal é que o(s) facilitador(es) sejam nativos estrangeiros por diferentes razões:

1) Transferem ao aluno sua maneira de estruturar o pensamento em linguagem pura, isenta de desvios (tais como sotaque, artificialidade idiomática, ausência de valores culturais, etc.).

2) Como o magnetismo de opostos que se atraem, a presença do elemento estrangeiro no contato intercultural estimula a natural curiosidade pelo desconhecido e o desejo de explorá-lo. O falante nativo é a personificação da língua e da cultura estrangeira, constituindo-se elemento motivador chave.

3) As limitações do estrangeiro com a língua materna do aluno possibilitam a inversão de papéis, fazendo a criança ou o jovem sentir-se as vezes superior e desenvolvendo-lhe a autoestima.

4) Crianças têm grande resistência ao aprendizado formal, artificial e dirigido. Elas só procuram assimilar e fazer uso da língua estrangeira em situações de autêntica necessidade, construindo seu próprio aprendizado a partir de situações reais. Se perceberem que a pessoa que deles se aproxima fala sua língua mãe, dificilmente se submeterão à difícil e frustrante artificialidade de usar outro meio de comunicação.

É altamente desejável também que tais centros de convivência contem com a participação de estrangeiros nativos de idade semelhante à dos alunos.

Portanto, os pais monolíngües devem cuidar para não caírem no erro elementar de acreditar que para se falar uma língua estrangeira tem que se adquirir conhecimento a respeito dela de forma estruturada, e que esse conhecimento seus filhos devem adquirir através de esforço, e que esse esforço deve ser imposto e cobrado.



Os pais que falam inglês (bem) podem ajudar criando rotineiramente momentos de interação em inglês entre si, despertando assim a consciência e o interesse da criança. O papel dos pais também é importante no desenvolvimento da autoestima e da autoconfiança da criança com relação a seu desenvolvimento na língua estrangeira.



Finalmente, os pais devem saber encontrar um ambiente de convívio que proporcione language acquisition para seus filhos. Aqui cabem dois alertas:



Primeiro: É grande a responsabilidade ao se colocar crianças que ainda não atingiram a idade crítica (e mesmo depois), em clubes, cursinhos ou escolinhas que oferecem cursos de inglês atrelados a planos didáticos rígidos (ênfase em learning), geralmente com instrutores de proficiência limitada. Sotaque, pobreza idiomática, limitações de vocabulário e outros desvios que normalmente caracterizam aquele que não é nativo serão transferidos à criança, causando a internalização dos mesmos e podendo se transformar em danos irreversíveis. Seria como colocar a gema bruta nas mãos de um lapidador aprendiz. Esta é uma área de atividade muito vulnerável a um comércio inescrupuloso e amador que facilmente e freqüentemente explora a boa-fé daqueles que buscam o melhor para seus filhos sem poupar esforços.



Segundo: Uma vez que o momento e a forma ideal de se alcançar proficiência em línguas estrangeiras é a idade escolar, e sendo bilingüismo uma qualificação básica do indivíduo na sociedade moderna, compete às escolas primária e secundária proporcionar ambientes de language acquisition - e já! Os pais devem começar a se conscientizar disso e exigi-lo, principalmente daquelas escolas particulares cujos resultados financeiros não justificam nenhuma postergação.



Schütz, Ricardo. "O Papel dos Pais na Erradicação do Monolingüismo." English Made in Brazil . Online. 05 de junho de 2011.

O QUE SIGNIFICA "APRENDER INGLÊS"?

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Assim como você pode ser um bom motorista sem saber qual é a diferença entre um motor diesel e outro a gasolina,
assim como conseguimos nos expressar bem em português sem sabermos o que é uma oração subordinada,
você pode também aprender a falar línguas estrangeiras sem ter que estudá-las.

A expressão "aprender inglês" está tão batida e surrada, que já não tem um significado muito claro e não resiste a uma análise mesmo superficial.

Se "aprender inglês" significa conhecer sua estrutura, saber formar frases interrogativas e negativas no seu caderno sem errar, decorar os verbos irregulares, algum vocabulário, e até transformar frases para a voz passiva, então você já aprendeu no 2° grau e não precisa mais se preocupar - está pronto para este novo século.
Se "aprender inglês" significa memorizar frases e expressões de forma mecânica e repetitiva, terminar o Livro X do Cursinho Y, ou ter um certificado do Cursinho Z, muitos de vocês também já estão prontos.
Entretanto, se "aprender inglês" significa falar com naturalidade, sentir-se à vontade na presença de estrangeiros, acompanhar filmes e as notícias da BBC ou da CNN, ter acesso a toda informação disponível na Internet, argumentar, defender seus pontos de vista, comprar e vender em inglês, construir laços de amizade ou namorar em inglês, funcionar como um ser humano normalmente funciona em sociedade, conhecer os costumes e as diferenças culturais, notar quando alguém fala com sotaque, então talvez você não esteja ainda pronto para este século.
No 1° caso acima, "aprender inglês" significa armazenar informações e conhecimento a respeito da estrutura gramatical da língua na sua forma escrita predominantemente.

No 2° caso, significa marchar no compasso de um plano didático predeterminado, memorizando vocabulário, frases e expressões de forma mecânica ou repetitiva em contextos fora da realidade do aluno. O pensamento continua a se estruturar nas formas da língua materna, e o esforço é todo dirigido a traduzir rapidamente. O aluno dificilmente alcançará espontaneidade na comunicação.

No 3° caso, significa desenvolver habilidade funcional. É o que a linguística moderna denomina de language acquisition - assimilação natural. É um processo equivalente ao de assimilação da língua materna pelas crianças. É reaprender a estruturar o pensamento, desta vez nas formas de uma nova língua. Usa-se mais os ouvidos do que os olhos e cada um desenvolve de acordo com seu próprio ritmo, num processo que produz habilidade prática, comunicação criativa, e não necessariamente conhecimento. É comportamento humano, fruto de convívio, de situações reais de interação em ambientes da cultura estrangeira. O aprendiz é protagonista e não espectador, e sua realidade faz parte do contexto em que a comunicação ocorre. Ensino e aprendizado são vistos como atividades que ocorrem num plano pessoal-psicológico.

Portanto, quando pensamos em "aprender inglês" precisamos entender exatamente o que queremos para saber onde buscá-lo.


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COMO APRENDER INGLÊS
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Momento e lugar são os dois principais fatores determinantes. Quanto ao lugar, há dois caminhos: no exterior ou no Brasil. Quanto ao momento, pode variar desde a infância, até a terceira idade.

Sem dúvida, no exterior o aprendizado é mais eficaz, mas em muitos casos demasiadamente caro ou inviável por outros motivos. Já no Brasil, as possibilidades de aprendizado eficaz são mais escassas e há necessidade de mais cuidado na escolha.

Quanto ao momento, quanto antes melhor. A assimilação de línguas é um processo paralelo ao desenvolvimento cognitivo da pessoa. O ser humano perde gradativamente a facilidade de assimilar línguas à medida que se desenvolve e amadurece.

As situações descritas abaixo representam, por ordem de preferência, aquelas que proporcionam aprendizado máximo (mais rápido e mais completo).

NO EXTERIOR

1) Na infância, por fatores circunstanciais, você vive com sua família em país de língua estrangeira, frequentando escola e convivendo com crianças da mesma faixa etária e, ao longo de sua vida, mantém contato com a língua. É uma das formas mais perfeitas de aprendizado.

2) Aos 17 ou 18 anos você participa de um programa de intercâmbio em país de língua inglesa, de preferência com duração de 10 meses. Em todos os ambientes em que convive (familiar, escolar, social) não há conterrâneos. É a outra forma mais perfeita de imersão e de aprendizado. Veja aqui mais sobre intercâmbio para adolescentes em high shool.

3) Assim que você conclui sua carreira acadêmica, participa de um programa de estágio remunerado para aperfeiçoamento profissional, em país de língua inglesa, de preferência com duração mínima de 6 meses. Nos ambientes que frequenta não há conterrâneos. Leia aqui sobre estágios remunerados no exterior.

4) Em qualquer momento de sua carreira profissional, você participa de um programa de desenvolvimento profissional junto à matriz da empresa multinacional em que trabalha, em país de língua inglesa – obviamente, longe de conterrâneos.

5) A qualquer momento em sua vida (quanto antes melhor) você participa de um programa de ESL (intercâmbio para estudo de inglês) em país de língua inglesa. Quanto maior a duração do programa, tanto melhor. Veja aqui mais sobre programas de ESL/EFL (intercâmbio p/ adultos).

NO BRASIL

6) Quando jovem, você tem a felicidade de fazer o ensino fundamental e médio numa escola internacional como as encontradas nos grandes centros, onde cerca da metade das disciplinas são ministradas em inglês, por professores falantes nativos. Tais escolas oferecem um ambiente de language acquisition quase perfeito, uma vez que o inglês se constitui não em objeto de estudo, mas sim em instrumento de estudo. Veja aqui uma lista de escolas internacionais no Brasil.

7) Você trabalha numa empresa multinacional e, em seu ambiente de trabalho (por exemplo: departamento de exportação), fala-se predominantemente inglês.

8) Você participa de um grupo pequeno de conversação de inglês com um instrutor com plena competência linguística e cultural, hábil em construir relacionamentos e improvisar atividades voltadas às necessidades e aos interesses do aprendiz. Veja aqui como escolher um bom programa de inglês no Brasil e como identificar o bom instrutor.

9) Você frequenta ambientes como bares, clubes recreativos ou desportivos, frequentados também por estrangeiros, onde você encontra ocasionalmente oportunidades de confraternizar com essas pessoas em inglês. Uma iniciativa desse tipo muito interessante, por exemplo, é a do Finnegan's Pub, um bar na cidade de São Paulo frequentado por estrangeiros falantes nativas de inglês e brasileiros também falantes de inglês que reúnem-se informalmente.

10) Você é autodidata e se dedica, com muito esforço e força de vontade, à prática de escutar músicas, ouvir gravações, assistir filmes, e à leitura de textos, tudo em inglês. Exemplo de material útil: o site Voice of America Special English (com textos e arquivos MP3 que podem ser baixados gratuitamente, além do canal de videos YouTubeVOA), o site BBC Learning English, o site do British Council denominado Listening Downloads, o site ESL Pod, ou a revista Speak Up com seu respectivo CD.


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terça-feira, 10 de maio de 2011

Relatos de Agressão Fazem Pais Desistir de Berçários

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Campina Grande - “Aperta meu pescoço que eu quero dormir”. Quando ouviu o filho de dois anos dizer essa frase, a dona de casa Verônica Gomes, que mora em João Pessoa, ficou assustada, mas não conseguiu entender seu significado. 

A partir daí, começou a perceber que seu filho vivia agitado, tinha medo das outras crianças e chorava compulsivamente sem motivo aparente. Quando a mãe o pegava nos braços esperando ele dormir, repetia a frase assustadora. Quando enfim conseguia dormir, falava algo mais assustador ainda:“Dorme...apanha....dorme...apanha”. 

O relato até parece ser de um filme de terror, mas faz parte da realidade. É o alerta de uma mãe que colocou o filho em uma creche, acreditando que nesse lugar ele estaria protegido. “Hoje, meu filho tem 13 anos de idade e sofre por tudo que passou na creche, apesar de não lembrar”, conta. De acordo com Verônica, o adolescente tem pânico de outras pessoas e atualmente vive isolado. Sua história serve de exemplo e, principalmente, de alerta para as mães que colocam os filhos em berçários e creches, pois a cada dia cresce o número de reclamações de maus-tratos nesses locais. 

“Quando meu filho nasceu eu trabalhava e não tinha com quem deixá-lo, por isso o coloquei na creche”, lembra. “Antes de colocá-lo fui visitar o local, que tinha psicólogos, boa alimentação e aparentava ser um ambiente agradável e feliz para as crianças, mas eu me enganei, pois a realidade era outra”, declara. “Ninguém pode cuidar melhor do filho que a própria mãe”. Verônica lembra que o filho ficava a cada dia mais triste, apesar de ainda ser uma criança de dois anos. 

Ela conta que uma vez, quando estava a caminho da creche, o filho começou a chorar desesperadamente, sem controle. Verônica tentava consolar a criança, mas não conseguia. Mostrando o slogan colorido da creche, disse: “Olha filho, como é lindo”. Diante disso, o menino – agora chorando ainda mais – declarou inconformado: “Isso também dói”, apontando para o slogan. Para sua surpresa, quando chegaram à creche, seu filho parou imediatamente de chorar alto, mas as lágrimas continuavam a cair.

“Ele chorava em silêncio e aquilo me chamou atenção, porque uma criança de dois anos não tem entendimento para chorar assim, a não ser que alguém o intimide e o proíba”, destaca. As poucas palavras que o menino falava tropeçando, tinham relação com sofrimento e tristeza. “Falar mesmo ele só conseguiu aos cinco anos de idade”, lembra a mãe. Verônica então começou a juntar as peças do quebra-cabeça, até começar a desconfiar que o filho estava sofrendo maus-tratos na creche. 

“Falo desconfiar porque eu nunca vi, mas os indícios foram muitos”, afirma. Só quando engravidou do segundo filho foi que resolveu pedir demissão, tirar o mais velho da creche e ficar em casa se dedicando exclusivamente à missão de mãe. Ao perceber que o filho tinha um comportamento diferente das outras crianças levou-o ao médico. O diagnóstico apontou que seu filho ficou com sequelas por ter sofrido maus-tratos e repressão nos primeiros anos de vida. As consequências foram drásticas. Até hoje, o filho de Verônica faz tratamento com psicólogos, psiquiatras, psicopedagogos e fonoaudiólogos. 

Em novembro do ano passado, a denúncia de maus-tratos a crianças em um berçário em Goiânia, revoltou pais de todo o Brasil. De acordo com a Polícia Civil de Goiás, a agressora seria a proprietária do berçário. Em uma de suas entrevistas sobre o caso, a delegada chegou a dizer que o local é “um ambiente de tortura, com choro constante. Algumas crianças passam o dia amarradas em carrinhos, são beliscadas e têm os dedos esfregados no muro até sangrar, o que a gente considera muito grave”. 

As exigências dos pais são muitas, por isso, a cada dia os berçários precisam oferecer não apenas conforto, mas – acima de tudo – segurança para seus filhos. Com medo de não encontrar esses requisitos, a professora Adriana Paiva está adiando ao máximo colocar a filha de um ano e nove meses no berçário. “Desde que voltei a trabalhar, quem fica com ela é minha sogra”, explica. Pelas histórias que já ouviu, não tem coragem de deixar a criança com ‘desconhecidos’. “Já visitei alguns berçários que aparentam ter boa estrutura e bons profissionais, mas ainda não tive coragem”, destaca. 

O problema existe, é grave e pode trazer sérias consequências para a vida da criança. O pior de tudo é que a situação pode ser ainda mais crítica e preocupante, pois a subnotificação de casos desse tipo de violência ainda é uma realidade na Paraíba, como no resto do país, destaca Soraya Escorel, promotora da Infância e Juventude. “A estimativa através das pesquisas realizadas é que de cada 20 casos de agressão física apenas um é denunciado”, revela.

Pais precisam estar vigilantes e atentos ao cotidiano da criança
Para a promotora da Infância e Juventude, Soraya Escorel, grande parcela da violência praticada contra a criança permanece desconhecida das autoridades por falta de notificação. “Infelizmente, esses casos ainda continuam sendo encobertos pela família e pela sociedade, aliada a dificuldade dos profissionais, sobretudo os da saúde, em notificar os casos que têm conhecimento”, explica Soraya. “É lamentável que a lei do silêncio familiar continue imperando diante da violência, apesar dos 20 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, completa.

Diferente do que acontece em outros Estados brasileiros, conforme a promotora de Justiça, a sociedade local ainda não está acostumada a denunciar casos de maus-tratos em creches e berçários. “A maior dificuldade é que os estabelecimentos, ao tomarem conhecimento de uma possível fiscalização de rotina, costumam ‘maquiar’ os problemas, não deixando nenhuma evidência de irregularidade”, explica, lembrando que a partir desse fato fica mais fácil entender o baixo índice de queixas junto ao Ministério Público.

A promotora da Infância e Juventude, Soraya Escorel, faz um alerta importante aos pais, “que devem estar mais vigilantes e presentes no cotidiano dos filhos. Atentos, sobretudo aos sinais que as crianças apresentam, investigando e participando mais de sua educação, numa relação sadia entre família e instituição”. Por isso, à menor desconfiança de maus-tratos, a denúncia deve ser feita. “Os pais têm de cobrar providências das autoridades”, afirma.

O Ministério Público, conforme declara a promotora, trabalha na prevenção aos casos de maus-tratos, procurando contribuir, seja com ações na Justiça, seja com fiscalizações ou expedição de recomendações. “E mais, dialogando através de um grupo de trabalho de atendimento à criança e ao adolescente, que se reúne uma vez por mês”, comenta Soraya. “É triste sabe que existe um pacto doloroso com a própria vítima, que não consegue fazer a denúncia, o que vai implicar em grande violência psicológica”, alerta.

Além do medo, os maus-tratos geram uma série de problemas às crianças, seja de ordem física ou psicológica. “A maior dificuldade enquanto autoridade é perceber a agressão que não deixa marcas visíveis na criança”, afirma. Ela lembra que para uma criança, um adulto significa alguém capaz de protegê-la, por isso, “quando ela passa por uma situação de maus-tratos, significa que houve uma quebra. Quem devia protegê-la, falhou”. Um dos reflexos pode ser o ciclo da violência: a criança que hoje é maltratada, amanhã tende a maltratar outra. “É natural que a criança tenha medo e não consiga denunciar em razão das ameaças que sofre”, explica.

Quando os casos de maus-tratos são denunciados geralmente é feita a advertência, a suspensão das atividades e o prazo para adequação; quando a situação é mais grave, ocorre o fechamento da creche ou berçário, “pois instituição que trabalha com crianças deve estar adequada às exigências do Conselho Municipal de Educação, responsável por emitir autorizações de funcionamento”. Entretanto, quando chega ao conhecimento do MP, o promotor pode solicitar vistoria e avaliação interdisciplinar nos berçários e creches ao conselho.

Creches não têm denúncia de maus-tratos
  
Nas creches do município de João Pessoa, agora chamadas de Centro de Referência em Educação Infantil (Creis), segundo informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Educação, não há denúncias sobre maus-tratos. As crianças entram às 7h e saem às 17h. São oferecidas cinco refeições diárias e os objetos são individualizados. São 39 Creis; em cada sala de aula são 20 crianças acompanhadas por um professor e um monitor. Segundo a assessoria de imprensa, o padrão pode ser comparado a das melhores creches privadas.

Em toda a Paraíba, são 44 creches, sendo 31 em João Pessoa, dez em Campina Grande e as demais em outros municípios do interior do Estado. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação estão matriculadas 4.200 crianças, que chegam às 7h e saem às 17h. Nenhuma denúncia foi recebida desde o dia 18 de fevereiro deste ano, quando as creches passaram a ser de responsabilidade da Secretaria de Educação. Até 2010, a competência era da Secretaria de Desenvolvimento Humano, que não soube informar se foram recebidas denúncias nos anos anteriores.

Na Delegacia de Repressão aos Crimes contra Crianças e Adolescentes nenhuma queixa foi feita nos últimos anos. “Não lembro de nenhum caso de maus-tratos em creches ou berçários”, explicou a delegada Joana D’arc Sampaio. Diante da ausência de queixas há duas hipóteses: a primeira é que os maus-tratos realmente não acontecem na Paraíba; a segunda é que não são denunciados, seja por medo, desconhecimento das leis, ou mesmo por falta de atenção dos pais para com os filhos. Fica o alerta!  



Prefeitura instala parquinhos em escolas municipais e Creis

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Os alunos das escolas municipais e dos Centros de Referência em Educação Infantil (Creis) poderão brincar, escorregar, dependurar-se, subir e descer em brinquedos nos 90 'playgrounds' que já começaram a ser instalados nos pátios de cada instituição. A previsão é que até a próxima semana os parquinhos estejam todos instalados. A Prefeitura de JoãoPessoa (PMJP), por meio da Secretaria da Educação, Cultura e Esportes (Sedec), pretende com essa iniciativa garantir a segurança em um ambiente colorido, simbólico e agradável, impulsionando as crianças a novas experiências e descobertas corporais.

A proposta é utilizar os espaços externos das escolas e Creis para uma interação e socialização das crianças como um todo. “O pátio e playgrounds proporcionam às crianças um gostoso banho de sol, correr, pular, escorregar, dependurar-se, arrastar-se, esconder-se, subir e descer em parquinhos, subir e rolar morro abaixo, jogar bola e pular corda. Essas atividades farão com que conheçam e interajam com colegas de diversas idades, imitando e se complementando em brincadeiras organizadas ou espontâneas”, disse a coordenadora da Educação Infantil, Tacyana Clemente.

Ela acrescentou, ainda, que os espaços externos devem propiciar e acolher as necessidades de fabulação e de imaginação das crianças e permitir a livre expressão e exploração de todo o repertório simbólico-corporal, mas tudo isso em espaços planejados.

Escolas e Creis desenvolvem projetos de horta e arborização

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Os alunos de 15 escolas municipais de 
João Pessoa e crianças de três Centros 
de Referência em Educação Infantil 
(Creis) estão tendo uma experiência no 
mínimo diferente no que diz respeito à 
educação ambiental. 
 

São os projetos e “Arborização na Escola”, desenvolvidos pelas secretarias de 
Educação e Cultura (Sedec) e do Meio Ambiente (Semam) da Prefeitura da Capital 
(PMJP). O primeiro projeto implantado foi o ‘Escola Verde’, em 2006, para alunos 
da 5ª à 8ª série. Dois anos depois, a iniciativa foi ampliada e já consta na grade 
pedagógica de alunos do 1º ao 9º ano da rede pública municipal. As aulas práticas 
acontecem com a participação dos professores, funcionários e alunos e enriquecem 
a teoria da disciplina de Ciência no turno em que o jovem está matriculado. No 
horário oposto ao que freqüenta a escola, o estudante também participa do projeto, 
aprendendo a cultivar e manter a horta. 
Maria Auxiliadora Clemente Dantas, coordenadora de  Educação Ambiental da 
Sedec, explicou que nenhum agrotóxico é utilizado durante o processo de cultivo e 
que tudo o que é produzido é consumido pelos próprios alunos na merenda escolar. 
“Nós plantamos tomate, coentro, pimentão, cenoura,  beterraba, couve, entre 
outras hortaliças e verduras. Todos esses produtos  incrementam o cardápio da 
merenda escola, contribuindo assim para uma alimentação mais saudável”, 
salientou a coordenadora. 
Na Escola Municipal Zumbi dos Palmares, no Bairro de Mangabeira, o projeto se 
expandiu a comunidade e ganhou o nome de ‘Horta Solidária’, pois os familiares 
dos alunos também participam desse processo de aprendizado. Já na Escola 
Augustinho da Fonseca, no Cristo Redentor, e que atende crianças do 1º ao 4º ano, 
o projeto foi ampliado para além de hortaliças e também estão sendo cultivadas 
plantas. 

Com o sucesso da iniciativa, a Secretaria de Educação está implementando em três 
Centros de Referência em Educação Infantil (Creis) que funcionam na comunidade 
de Porto de João Tota (Mandacaru) e nos bairros do  Valentina Figueiredo e das 
Indústrias. Este projeto é desenvolvido em parceria com a Fundação Banco do 
Brasil (FBB). 

Plantio de árvores – Outra ação que envolve o alunado da rede de ensino municipal 
com a educação ambiental é o projeto ‘Arborização na Escola’, desenvolvido desde 
janeiro de 2008. Consiste em plantar árvores nativas e frutíferas nas escolas da 
rede pública, cujos frutos serão utilizados também na merenda escolar. 

Cinco escolas e um Crei já estão participando dos trabalhos realizados em parceria 
com a Semam, que cede as espécies nativas (pau-brasil e acácia, por exemplo) e a 
Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária (Emepa), que fornece as frutíferas. No 
Centro de Referência do Porto de João Tota já foram plantadas mudas de pinha, 
graviola e caju.