domingo, 5 de junho de 2011

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O PAPEL DA ESCOLA NA ERRADICAÇÃO DO MONOLINGÜISMO




Ricardo Schütz



O que tem ocorrido ao longo do tempo é que a responsabilidade sobre o papel formador das aulas de Línguas Estrangeiras tem sido, tacitamente, retirado da escola regular e atribuído aos institutos especializados no ensino de línguas. Assim, quando alguém quer ou tem necessidade, de fato, de aprender uma língua estrangeira, inscreve-se em cursos extracurriculares, pois não se espera que a escola média cumpra essa função.

Às portas do novo milênio, não é possível continuar pensando e agindo dessa forma. É imprescindível restituir ao Ensino Médio o seu papel de formador. Para tanto, é preciso reconsiderar, de maneira geral, a concepção de ensino e, em particular, a concepção de ensino de Línguas Estrangeiras.

... o Ensino Médio possui, entre suas funções, um compromisso com a educação para o trabalho. (Parâmetros curriculares nacionais, códigos e suas tecnologias. Língua estrangeira moderna. Brasília: MEC, 1999. pp 49-63.)

Es por esto, que las escuelas deben de considerar un desarrollo multicultural en sus salones de clase para proveer un ambiente social que apoye el aprendizaje del niño y la adquisisión de un segundo idioma. (Anna I. Escalante, St. Thomas University, Houston TX 05/1997).



INTRODUÇÃO



A atual transformação do mundo em direção a uma comunidade globalizada é mais rápida do que parece. No Brasil, pais conscientes das exigências deste mundo moderno e preocupados em proporcionar o melhor para seus filhos, precisam hoje gastar, além dos cerca de 4.000 reais por ano de escola secundária particular, mais 1.200 em cursos de inglês. As escolas, por sua vez, sem terem uma visão clara de o que significa "aprender inglês", e insistindo numa abordagem ao ensino de línguas inspirada ainda em metodologia do início do século, comprovadamente ineficaz, deixam de cumprir plenamente com suas atribuições: a de proporcionar as qualificações básicas necessárias ao indivíduo de uma sociedade em processo de globalização irreversível.



FATOS A SEREM CONSIDERADOS:



Fluência na língua da comunidade global, além de ser um instrumento indispensável nas carreiras acadêmica e profissional do homem moderno, é também aptidão multicultural e capacidade de interpretar a realidade sob diferentes prismas, representando portanto desenvolvimento intelectual.

O período ideal para tornar a pessoa bilingüe é a infância e a adolescência. Estudos no campo da neurolingüística, da psicologia e da lingüística já demonstram que, por fatores de ordem biológica e psicológica, quanto mais cedo, melhor. O ritmo de assimilação das crianças não só é mais rápido, como seu teto, mais alto.

Assim como o local ideal para se aprender tênis e futebol é a cancha e o campo, e para se aprender química é o laboratório, ambientes ideais para o aprendizado de línguas são centros de convívio multiculturais.

A criança, muito mais do que o adulto, precisa e se beneficia de contato humano. Crianças têm grande resistência ao aprendizado formal, artificial e dirigido. Elas só procuram assimilar e fazer uso da língua estrangeira em situações de autêntica necessidade, desenvolvendo sua habilidade e construindo seu próprio aprendizado a partir de situações reais de interação em ambiente da língua e da cultura estrangeira. Ao perceberem que a pessoa que deles se aproxima fala sua língua materna, dificilmente se submetem à difícil e frustrante artificialidade de usar outro meio de comunicação. A autenticidade do ambiente é mais importante do que o caráter (lúdico ou não) das atividades, e ambos, indiscutivelmente, são mais importantes do que qualquer planificação didática prédeterminada.

Os pais e a sociedade em breve estarão a exigir, principalmente daquelas escolas particulares cujas receitas não justificam nenhuma postergação, que cumpram com a obrigação que lhes compete: proporcionar todas as qualificações básicas necessárias ao indivíduo da sociedade moderna, inclusive fluência em língua estrangeira.

Existe plena viabilidade econômica. A proliferação em cadeia de cursos de inglês, com lojas abrindo em cada esquina, em cidades grandes e pequenas, freqüentemente caracterizadas pela improvisação e pelo amadorismo, e custando de R$1000 a R$1200 por semestre (mais de 20% do total dos encargos educacionais), demonstra a viabilidade econômica da criação de departamentos de educação bilingüe ou de centros de convívio e de intercâmbio lingüístico e cultural dentro da própria escola. Pais conscientes das exigências imediatas do mundo moderno hoje precisam confiar seus filhos às mãos de instrutores nem sempre qualificados ou nem sempre bem remunerados. O que hoje é uma oportunidade de mercado normalmente explorada por investidores oportunistas, pode e deve gradativamente passar a ser gerenciado por profissionais com competência acadêmica, de preferência dentro da própria escola que o jovem já freqüenta.

CONCLUSÃO



Compete portanto às escolas de Ensino Fundamental e Médio criar centros de convívio que proporcionem ambientes multiculturais de language acquisition para complementar o ensino convencional de inglês (fortemente inspirado em language learning) já normalmente oferecido. Esses centros de convívio em língua estrangeira devem contar com a participação de falantes nativos na coordenação das atividades, e podem ser complementados com convênios junto a escolas no exterior e programas de intercâmbio cultural. Tais centros de language acquisition poderiam vir a servir como etapa intermediária no processo de implementação de educação bilíngüe, onde determinadas matérias do currículo escolar são ministradas em língua estrangeira, a exemplo das escolas internacionais encontradas nos grandes centros.



Schütz, Ricardo. "O Papel da Escola na Erradicação do Monolingüismo." English Made in Brazil . Online. 05 de junho de 2011.

A IDADE E O APRENDIZADO DE LÍNGUAS

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Ricardo Schütz


Atualizado em 24 de fevereiro de 2008

Já na Babilônia e no antigo Egito o homem procurava entender a complexidade de suas habilidades cognitivas, e especialmente a capacidade de assimilar e usar línguas.



Hoje, o que se aceita de forma geral, com base no que as ciências da neurolingüística, da psicologia e da lingüística oferecem, é uma série de hipóteses que procuram explicar esta habilidade exclusiva do ser humano. Essas hipóteses são resultado de estudos científicos que ajudam a explicar, não só o desempenho cognitivo do ser humano, mas também as diferenças entre crianças e adultos.



A IDADE CRÍTICA



Parece não haver dúvida de que existe uma idade crítica (como propõe Lennenberg), a partir da qual o aprendizado começa a ficar mais difícil e o teto começa a baixar. Este período parece situar-se entre os 12 e os 14 anos, podendo entretanto variar muito conforme a pessoa e, principalmente, conforme as características do ambiente lingüístico em que o aprendizado ocorre. As limitações que começam a se manifestar a partir da puberdade são fundamentalmente de pronúncia, como mostra o gráfico ao lado.



O estudo dos diferentes fatores que afetam o desenvolvimento cognitivo do ser humano pode ajudar a explicar o fenômeno da idade crítica. Os principais fatores são:



fatores biológicos

fatores cognitivos

fatores de ordem afetiva

o ambiente e o input lingüístico

FATORES BIOLÓGICOS



Os órgãos diretamente envolvidos na habilidade lingüística do ser humano são o cérebro, o aparelho auditivo e o aparelho articulatório (cordas vocais, cavidades bucal e nasal, língua, lábios, dentes). Destes, sem dúvida, o cérebro é o mais importante.



A hipótese da lateralização do cérebro - Pesquisas no campo da neurologia demonstram que os dois hemisférios cerebrais desempenham diferentes funções. O lado esquerdo é o lado lógico, analítico; enquanto que o direito é o lado criativo, artístico, sensível à música, responsável pelas emoções e especializado em percepção e construção de modelos e estruturas de conhecimento. O hemisfério direito seria, por assim dizer, a porta de entrada das experiências e a área de processamento dessas experiências para transformá-las em conhecimento.

Sabe-se também que a lateralização do cérebro ocorre a partir da puberdade. Ou seja, no cérebro de uma criança os dois hemisférios estão mais interligados do que no cérebro de um adulto, correspondendo esta interligação ao período de aprendizado máximo. A assimilação da língua ocorreria via hemisfério direito para ser sedimentada no hemisfério esquerdo como habilidade permanente. Portanto, o desempenho superior das crianças estaria relacionado à maior interação entre os dois hemisférios cerebrais.



Acuidade auditiva - É sabido que crianças e adolescentes possuem uma acuidade auditiva superior. Fato curioso e ilustrativo disto, é a recente controvérsia na Inglaterra a respeito de um dispositivo, lançado no mercado em 2006, que emite um son desagradável aos ouvidos, som este que só crianças e jovens de até 25 anos conseguem ouvir. O aparelho tem sido usado para evitar aglomeração de jovens frente a lojas, escolas, etc. Notícia recentemente publicada em um site de notícias diz:

Ultrasonic anti-teen device - Feb 12, 2008

The creators of a pioneering device that uses high-frequency sound to stop teenagers congregating outside shops, schools and railway stations reacted angrily today to news that the government-appointed Children's Commissioner wants to see it banned.

The £500 Mosquito device has been installed at some 3,500 locations across the country since it first went on sale in January 2006. It emits an irritating, high-pitched sound that can only be heard by children and young people up into their early twenties, forcing them to move on.

(Their sound causes discomfort to young ears - but their frequency is above the normal hearing range of people over 25.)

But Sir Albert Aynsley-Green, the Children's Commissioner for England appointed to represent the views of the country’s 11 million children, has set up a campaign – called Buzz Off – that is calling for the Mosquito to be banned on grounds that it infringes the rights of young people.



Meanwhile in the US students are using a new ring tone to receive messages in class — and many teachers can't even hear the ring.

Some students are downloading a ring tone off the Internet that is too high-pitched to be heard by most adults. With it, high schoolers can receive text message alerts on their cell phones without the teacher knowing.

As people age, many develop what's known as aging ear — a loss of the ability to hear higher-frequency sounds.



Além da capacidade auditiva superior, uma provável maior flexibilidade muscular do aparelho articulatório também ajudaria a explicar o fenômeno da marcante superioridade infantil no processo de assimilação de línguas.



FATORES COGNITIVOS



Formação da matriz fonológica - O adulto monolíngüe, por já possuir uma matriz fonológica sedimentada, se caracteriza por uma sensibilidade auditiva amortecida, treinada a perceber e produzir apenas os fonemas do sistema de sua língua materna. A criança, por sua vez, ainda no início de seu desenvolvimento cognitivo, com filtros menos desenvolvidos e hábitos menos enraizados, mantém a habilidade de expandir sua matriz fonológica, podendo adquirir um sistema enriquecido por fonemas de línguas estrangeiras com as quais vier a ter contato.



Assimilação natural x extudo formal - Uma diferença importante entre crianças e adultos quanto à suas habilidades cognitivas, é que o adulto já passou por grande parte de seu desenvolvimento cognitivo. Com um caminho maior já percorrido e uma bagagem maior acumulada, o adulto tem a capacidade de lidar com conceitos abstratos e hipotéticos, enquanto que a cognição das crianças, ainda em fase de construção, depende fundamentalmente de experiências concretas, de percepção direta. Isto explica a capacidade superior dos adultos de compreender a estrutura gramatical da língua estrangeira e de compará-la à de sua língua materna. Explica também a tolerância superior dos adultos quando submetidos a situações artificiais com o propósito de exercitarem línguas estrangeiras, bem como a tendência de buscar simples transferências no plano de vocabulário, com ajuda de dicionários.



Stephen Krashen, em sua hipótese learning/acquisition, estabelece uma distinção clara entre learning (estudo formal - receber e acumular informações e transformá-las em conhecimento por meio de esforço intelectual e de capacidade de raciocínio lógico) e acquisition (desenvolver habilidades funcionais através de assimilação natural, intuitiva, inconsciente, nas situações reais e concretas de ambientes de interação humana) e sustenta a predominância de acquisition sobre learning no desenvolvimento de proficiência em línguas.



Krashen defende a importância maior de acquisition sobre learning referindo-se a adolescentes e adultos. Considerando que acquisition está mais intimamente ligado aos processos cognitivos do ser humano na infância, é lógico e evidente deduzirmos que acquisition é ainda mais preponderante no caso do aprendizado de crianças.



Portanto, se proficiência lingüística pouco depende de conhecimento armazenado, mas sim de habilidade assimilada na prática, construída através de experiências concretas, fica com mais clareza explicada a superioridade das crianças no aprendizado de línguas.



A HIPÓTESE DA HARPAZ



A hipótese de Harpaz é a mais esclarecedora. A aquisição da fala e a descoberta do mundo são processos paralelos para a criança. A interação lingüística da qual a criança participa proporciona a maioria dos dados nesse processo de desenvolvimento cognitivo. Como conseqüência, as estruturas neurais no cérebro que correspondem aos conceitos que vão sendo aprendidos acabam naturalmente e intimamente associadas às estruturas neurais que correspondem às formas da língua.



Quando um adulto aprende uma língua estrangeira, seus conceitos (já formados) já possuem estruturas neurais fixas associadas às formas da língua materna. As estruturas neurais correspondentes às novas formas da língua estrangeira não possuem relação com as estruturas dos conceitos já formados, sendo esta uma associação mais difícil de ser estabelecida. É por isto que, no aprendizado de adultos, as dificuldades causadas pela interferência da língua materna são maiores.



A respeito do aprendizado de línguas na infância e da interferência da língua materna, Harpaz diz:



Humans are born with an ability to comprehend and generate all kinds of phonemes, but during childhood (starting from birth, and maybe before) this ability is shaped by experience such that only the phonemes of the native language are easily comprehended and generated. In adults, these abilities are much less plastic, so adult learners of a new language find it specially difficult to comprehend and generate the phonemes of the new language that are not used in their native language.



At the time of learning to speak, the child learns to understand the world, and linguistic interaction forms most of the data in this learning. As a result, the learned neural structures that correspond to concepts tend to be associated with the neural structures that correspond to the words (by Hebbian mechanisms).



When an older person learns a language, the concepts already have neural structures, which are quite fixed. The neural structures corresponding to the words in the new language, which are determined by the perceptual input, have no relations to the former structures, and hence the association is relatively difficult to learn.



In learning a new language, the learner is not only required to perform new sequences of mental and motoric operations, but is also required not to perform the old ones. The old sequences are very thoroughly learned through practice, so it is very difficult to avoid performing them. Thus older second language learners find it very difficult not to slip back into their old language, both in terms of motoric actions (pronunciation) and mental actions (syntax structures, phrases etc.). For a young child, this is much less of a problem, because his/her language performance is much less practiced.



(Harpaz, Yehouda. http://human-brain.org/myths.html. Online. Dec 1, 2007)



FATORES AFETIVOS E PSICOLÓGICOS



A hipótese conhecida como affective filter, também de Stephen Krashen, explica que fatores de ordem psicológico-afetiva podem causar um impacto direto na capacidade de aprendizado, tais como:



desmotivação: é a ausência de motivo espontâneo, causada por programas não autenticados pela presença da cultura estrangeira e que não representam desafio. Também freqüentemente causada pela frustração de não se ter alcançado proficiência através do estudo formal ou pelo insucesso em sistemas de avaliação (exames, notas, etc.). Experiências anteriores de resultados negativos, podem desencorajar o aluno de uma nova tentativa. Aquele que não se identifica com a cultura estrangeira, - ou que às vezes até a despreza, - normalmente por falta de informação a respeito da mesma, estará desmotivado para aprender sua língua. Já a criança, por natureza tem um alto grau de curiosidade pelo desconhecido e forte sintonia com tudo no ambiente que a rodeia.





perfeccionismo: tendência a preocupar-se excessivamente com a forma, e idéia radicalizada do conceito de certo e errado em se tratando de línguas. A pessoa prefere não correr o risco de cometer deslizes.





falta de autoconfiança: talvez causada por traumas durante a educação recebida em casa ou na escola, e pela radicalização do conceito de certo e errado em se tratando de línguas. A pessoa que tem uma boa imagem de si próprio e autoconfiança, é por natureza mais experimentador e descobridor.





dependência da eloqüência: A precisão e elegância no falar é uma conquista alcançada ao longo da vida, fruto de uma carreira acadêmica. Essa habilidade com nossa língua materna representa segurança e poder, dos quais é difícil abrir mão. Isso torna a tarefa de começar de novo na língua estrangeira, do quase nada, de forma rudimentar, como se pouco inteligente fôssemos, extremamente frustrante.





autoconsciência: consciência da própria imagem; capacidade de imaginar o que os outros podem pensar e preocupar-se com isso.





ansiedade: causada pela expectativa excessiva de obtenção de resultados.





provincianismo: atitude de se fechar naquilo com que se identifica, seu jeito de ser e de falar; de se sentir inseguro fora deles - problema freqüentemente observado em adolescentes.

Ora, todos esses bloqueios são resultado da vida pregressa do indivíduo, podendo ocorrer portanto unicamente em adolescentes e principalmente adultos. Fica, pois, novamente evidenciado que as crianças, ainda livres de tais bloqueios, devem ter uma capacidade de assimilação superior à dos adultos.



O AMBIENTE E O INPUT LINGÜÍSTICO



Krashen, em sua comprehensible input hypothesis, sustenta que assimilação de línguas ocorre em situações reais, quando a pessoa está exposta a uma linguagem que esteja um pouco acima (não muito acima) de sua capacidade de entendimento. Ora, é natural que quando adultos se dirigem à crianças, usam um linguajar próprio, modificado tanto no plano estrutural como no vocabulário, para se aproximar ao nível de compreensão da criança. Já nos ambientes em que adultos vivem, eles não recebem o mesmo tipo de tratamento. Uma vez que são adultos, seu universo de pensamento e linguagem é mais amplo; ou seja, o caminho já desbravado é maior e a linguagem, por eles almejada e a eles dirigida, tende a ser mais complexa e os conceitos mais abstratos, facilmente se situando além de seu nível de entendimento.



Desta forma, podemos concluir que os ambientes de convívio das crianças são, por natureza, mais propícios ao aprendizado de línguas do que os ambientes dos adultos.



CONCLUSÕES:



Linguagem é um elemento de relacionamento humano e todos desenvolvem proficiência em línguas estrangeiras mais através de acquisition (desenvolvimento de habilidades através de assimilação natural, intuitiva, inconsciente, em ambientes de interação humana) do que de learning (estudo formal - memorizar informações e transformá-las em conhecimento através de esforço intelectual), especialmente crianças. Portanto, línguas não podem ser ensinadas, mas serão aprendidas se houver o ambiente apropriado.





Crianças assimilam línguas com mais facilidade, porém têm grande resistência ao aprendizado formal, artificial e dirigido. As crianças, mais do que os adultos, precisam e se beneficiam de contato humano para desenvolver suas habilidades lingüísticas. Entretanto, se perceberem que a pessoa que deles se aproxima fala a língua materna, dificilmente se submeterão à difícil e frustrante artificialidade de usar outro meio de comunicação. Elas só procuram assimilar e fazer uso da língua estrangeira em situações de autêntica necessidade, desenvolvendo sua habilidade e construindo seu próprio aprendizado a partir de situações reais de interação em ambiente da língua e da cultura estrangeira. Portanto, a autenticidade do ambiente, principalmente na pessoa do facilitador, é mais importante do que o caráter das atividades (lúdicas ou não), e ambos são mais importantes do que qualquer planificação didática predeterminada.





O ritmo de assimilação das crianças é mais rápido e, o teto, mais alto.





Existe uma idade crítica (12 a 14 anos), a partir da qual o ser humano gradativamente perde a capacidade de assimilar línguas ao nível de língua materna. Essa perda é mais perceptível na pronúncia. Até os 12 ou 14 anos de idade, a criança que tiver contato suficiente com o idioma, o assimilará de forma tão completa quanto a língua materna.





No nosso caso (brasileiros que vivem no Brasil), onde ambientes autênticos de língua e cultura estrangeira são raros, decisões a respeito do aprendizado de inglês de crianças devem ser baseadas menos na idade e mais na oportunidade. De nada adiantará colocar a criança cedo em contato com uma língua estrangeira se o modelo oferecido for caracterizado por desvios e ausência de valores culturais – é melhor esperar por uma oportunidade melhor.





É grande a responsabilidade ao se colocar crianças, que ainda não atingiram a idade crítica, em clubes, cursinhos ou escolinhas que oferecem inglês. Se os instrutores tiverem uma proficiência limitada, com sotaque e outros desvios que normalmente caracterizam aquele que não é nativo, todos os desvios serão transferidos à criança, podendo causar danos irreversíveis a seu potencial de assimilação. Seria como colocar a gema bruta nas mãos de um lapidador aprendiz.





Atividades que expõem a criança prematuramente ao sistema ortográfico do inglês, o qual se caracteriza por extrema irregularidade e acentuado contraste em relação ao português, são prejudiciais. Veja Correlação Ortografia x Pronúncia.





Uma vez que o momento ideal de se alcançar proficiência em línguas estrangeiras é a idade escolar e, sendo bilingüismo uma qualificação básica do indivíduo na sociedade moderna, compete às escolas de ensino fundamental e médio proporcionar ambientes autênticos de language acquisition.





É grande a responsabilidade do poder público em abrir urgentemente as fronteiras culturais, facilitando a vinda de falantes nativos de línguas estrangeiras através de um enquadramento legal específico e burocracia simplificada, bem como incentivando a criação de organizações voltadas a intercâmbio lingüístico e cultural e promovendo a isenção fiscal das mesmas.





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BIBLIOGRAFIA



Bialystok, Ellen. "Effects of Bilingualism and Biliteracy on Children's Emerging Concepts of Print". Developmental Psychology, Vol. 33, No. 3.

Brown, H. Douglas. Principles of Language Learning and Teaching. Prentice Hall Regents, 1994.

Clampitt, Sharon. Age and the Acquisition Process. Inter American University of Puerto Rico.

Fromkin, Victoria and Robert Rodman. An Introduction to Language. Fort Worth, TX: Harcourt Brace College Publishers, 1974.

Harpaz, Yehouda. "Myths and misconceptions in Cognitive Science". Human Cognition in the Human Brain. . Online. Nov 1, 2003.

Krashen, Stephen D. Principles and Practice in Second Language Acquisition. Prentice-Hall International, 1987.

Krashen, Stephen D. Second Language Acquisition and Second Language Learning. Prentice-Hall International, 1988.

Lenneberg, Eric H. Biological Foundations of Language. New York: Wiley, 1967.



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Schütz, Ricardo. "A Idade e o Aprendizado de Línguas." English Made in Brazil . Online. 05 de junho de 2011.

O PAPEL DOS PAIS NO PROCESSO DE APRENDIZADO DE OUTRA LINGUA

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Em primeiro lugar, precisamos entender exatamente o que significa "aprender inglês", para podermos entender a distinção entre acquisition e learning, conforme a respeitada teoria sobre aprendizado de línguas estrangeiras de Stephen Krashen.




O conceito de language learning está ligado à abordagem tradicional ao ensino de línguas, assim como é ainda hoje praticada na escola secundária. A atenção volta-se à língua na sua forma escrita e o objetivo é o entendimento pelo aluno da estrutura e das regras do idioma através de esforço intelectual e de sua capacidade dedutivo-lógica. É um processo progressivo e cumulativo, através do qual se oferece ao aluno conhecimento a respeito da estrutura da língua estrangeira, de seu funcionamento, conhecimento esse que espera-se venha a se transformar na habilidade de entender e falar essa língua.

Language acquisition refere-se ao processo de assimilação natural, subconsciente, intuitivo, fruto de situações reais de interação humana. É semelhante ao processo de assimilação da língua materna pelas crianças; processo esse que desenvolve familiaridade com a língua na sua forma oral, produzindo habilidade prática e não necessariamente conhecimento. Exemplo de language acquisition são os programas de intercâmbio cultural, através dos quais adolescentes e jovens adultos residem em países de língua e cultura estrangeira durante um ano, atingindo um grau de fluência próximo ao de língua materna.

Em language learning, o professor ensina um conteúdo predeterminado e o aluno adquire conhecimento; em language acquisition de preferência não há professor, há, isto sim, interação humana intercultural (entre pessoas de diferentes línguas e culturas), na qual um funciona como agente facilitador e através da qual o outro (aluno) constrói sua própria habilidade, na direção de seus interesses.



Krashen finalmente sustenta que language acquisition explica não só o desenvolvimento da língua materna, mas também a assimilação de línguas subseqüentes, sendo mais importante do que language learning para a assimilação da língua estrangeira, não só para crianças, mas também para adultos.



Portanto, o que a lingüística aplicada moderna preconiza (especialmente para crianças) é acquisition. E para que acquisition ocorra, é preciso que a criança ou o jovem esteja situado em um autêntico ambiente de convívio na língua e na cultura estrangeira. Um ambiente desses, entretanto, dificilmente pode ser criado artificialmente. O elemento fundamental desse ambiente são as pessoas que o compõe.



Se os pais, por exemplo, falarem o idioma estrangeiro com um nível de proficiência equivalente ao da língua materna, e tiverem o hábito de usá-lo no dia-a-dia, irão naturalmente transmiti-lo para a criança no convívio familiar. Entretanto, pais que falam o idioma estrangeiro, porém não habitualmente e não com a naturalidade com que falam a língua materna, não devem iludir-se com a possibilidade de ensiná-lo a seus filhos, uma vez que ambientes de language acquisition são dificilmente criados artificialmente. A língua usada é parte importante do relacionamento entre duas pessoas. A intimidade de um ambiente familiar tem uma identidade única, tornando-se difícil criar ambientes múltiplos, caracterizados por diferentes línguas. A língua que a família usa é a língua que a criança assimilará. Para assimilar outras línguas, a criança terá que freqüentar outros ambientes.



Se o ambiente familiar não oferecer language acquisition, pode-se buscá-lo em outros ambientes (escolas de línguas), nos quais o papel do facilitador é fundamental.



Embora salas de aula não sejam o ambiente ideal para assimilação de línguas estrangeiras, é possível criar-se um ambiente de acquisition em sala de aula. Para isso, o professor deve funcionar como facilitador, preenchendo dois requisitos básicos: domínio sobre o idioma (inclusive competência cultural) em nível de língua mãe e habilidade pessoal para saber explorar os aspectos psicológicos e afetivos do aprendizado de línguas da criança. Se o facilitador falar inglês com sotaque e com outros desvios que normalmente caracterizam aquele que não é nativo, a criança os assimilará, e talvez para sempre.



Os ambientes ideais de language acquisition podem ser classificados em ordem de preferência:



a) Um país de origem da língua e da cultura que se procura adquirir. Por exemplo, os Estados Unidos ou a Inglaterra para inglês. Neste ambiente os facilitadores seriam todos: amigos, colegas, professores, e talvez o(s) próprio(s) pai(s).



b) Um ambiente familiar, como o descrito anteriormente.



c) Uma escola de línguas que saiba e que tenha condições de criar ambientes de convívio multiculturais com situações reais e concretas de interação humana, em que acquisition possa ocorrer. Aqui, os materiais a serem usados são irrelevantes e a existência de um plano didático predeterminado é contraproducente. Fundamental é que haja espaço para improvisação e criação e que o(s) facilitador(es) preencham os dois requisitos básicos: plena competência na língua com sua cultura e habilidade de construir vínculos com crianças e adolescentes no plano afetivo. O ideal é que o(s) facilitador(es) sejam nativos estrangeiros por diferentes razões:

1) Transferem ao aluno sua maneira de estruturar o pensamento em linguagem pura, isenta de desvios (tais como sotaque, artificialidade idiomática, ausência de valores culturais, etc.).

2) Como o magnetismo de opostos que se atraem, a presença do elemento estrangeiro no contato intercultural estimula a natural curiosidade pelo desconhecido e o desejo de explorá-lo. O falante nativo é a personificação da língua e da cultura estrangeira, constituindo-se elemento motivador chave.

3) As limitações do estrangeiro com a língua materna do aluno possibilitam a inversão de papéis, fazendo a criança ou o jovem sentir-se as vezes superior e desenvolvendo-lhe a autoestima.

4) Crianças têm grande resistência ao aprendizado formal, artificial e dirigido. Elas só procuram assimilar e fazer uso da língua estrangeira em situações de autêntica necessidade, construindo seu próprio aprendizado a partir de situações reais. Se perceberem que a pessoa que deles se aproxima fala sua língua mãe, dificilmente se submeterão à difícil e frustrante artificialidade de usar outro meio de comunicação.

É altamente desejável também que tais centros de convivência contem com a participação de estrangeiros nativos de idade semelhante à dos alunos.

Portanto, os pais monolíngües devem cuidar para não caírem no erro elementar de acreditar que para se falar uma língua estrangeira tem que se adquirir conhecimento a respeito dela de forma estruturada, e que esse conhecimento seus filhos devem adquirir através de esforço, e que esse esforço deve ser imposto e cobrado.



Os pais que falam inglês (bem) podem ajudar criando rotineiramente momentos de interação em inglês entre si, despertando assim a consciência e o interesse da criança. O papel dos pais também é importante no desenvolvimento da autoestima e da autoconfiança da criança com relação a seu desenvolvimento na língua estrangeira.



Finalmente, os pais devem saber encontrar um ambiente de convívio que proporcione language acquisition para seus filhos. Aqui cabem dois alertas:



Primeiro: É grande a responsabilidade ao se colocar crianças que ainda não atingiram a idade crítica (e mesmo depois), em clubes, cursinhos ou escolinhas que oferecem cursos de inglês atrelados a planos didáticos rígidos (ênfase em learning), geralmente com instrutores de proficiência limitada. Sotaque, pobreza idiomática, limitações de vocabulário e outros desvios que normalmente caracterizam aquele que não é nativo serão transferidos à criança, causando a internalização dos mesmos e podendo se transformar em danos irreversíveis. Seria como colocar a gema bruta nas mãos de um lapidador aprendiz. Esta é uma área de atividade muito vulnerável a um comércio inescrupuloso e amador que facilmente e freqüentemente explora a boa-fé daqueles que buscam o melhor para seus filhos sem poupar esforços.



Segundo: Uma vez que o momento e a forma ideal de se alcançar proficiência em línguas estrangeiras é a idade escolar, e sendo bilingüismo uma qualificação básica do indivíduo na sociedade moderna, compete às escolas primária e secundária proporcionar ambientes de language acquisition - e já! Os pais devem começar a se conscientizar disso e exigi-lo, principalmente daquelas escolas particulares cujos resultados financeiros não justificam nenhuma postergação.



Schütz, Ricardo. "O Papel dos Pais na Erradicação do Monolingüismo." English Made in Brazil . Online. 05 de junho de 2011.

O QUE SIGNIFICA "APRENDER INGLÊS"?

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Assim como você pode ser um bom motorista sem saber qual é a diferença entre um motor diesel e outro a gasolina,
assim como conseguimos nos expressar bem em português sem sabermos o que é uma oração subordinada,
você pode também aprender a falar línguas estrangeiras sem ter que estudá-las.

A expressão "aprender inglês" está tão batida e surrada, que já não tem um significado muito claro e não resiste a uma análise mesmo superficial.

Se "aprender inglês" significa conhecer sua estrutura, saber formar frases interrogativas e negativas no seu caderno sem errar, decorar os verbos irregulares, algum vocabulário, e até transformar frases para a voz passiva, então você já aprendeu no 2° grau e não precisa mais se preocupar - está pronto para este novo século.
Se "aprender inglês" significa memorizar frases e expressões de forma mecânica e repetitiva, terminar o Livro X do Cursinho Y, ou ter um certificado do Cursinho Z, muitos de vocês também já estão prontos.
Entretanto, se "aprender inglês" significa falar com naturalidade, sentir-se à vontade na presença de estrangeiros, acompanhar filmes e as notícias da BBC ou da CNN, ter acesso a toda informação disponível na Internet, argumentar, defender seus pontos de vista, comprar e vender em inglês, construir laços de amizade ou namorar em inglês, funcionar como um ser humano normalmente funciona em sociedade, conhecer os costumes e as diferenças culturais, notar quando alguém fala com sotaque, então talvez você não esteja ainda pronto para este século.
No 1° caso acima, "aprender inglês" significa armazenar informações e conhecimento a respeito da estrutura gramatical da língua na sua forma escrita predominantemente.

No 2° caso, significa marchar no compasso de um plano didático predeterminado, memorizando vocabulário, frases e expressões de forma mecânica ou repetitiva em contextos fora da realidade do aluno. O pensamento continua a se estruturar nas formas da língua materna, e o esforço é todo dirigido a traduzir rapidamente. O aluno dificilmente alcançará espontaneidade na comunicação.

No 3° caso, significa desenvolver habilidade funcional. É o que a linguística moderna denomina de language acquisition - assimilação natural. É um processo equivalente ao de assimilação da língua materna pelas crianças. É reaprender a estruturar o pensamento, desta vez nas formas de uma nova língua. Usa-se mais os ouvidos do que os olhos e cada um desenvolve de acordo com seu próprio ritmo, num processo que produz habilidade prática, comunicação criativa, e não necessariamente conhecimento. É comportamento humano, fruto de convívio, de situações reais de interação em ambientes da cultura estrangeira. O aprendiz é protagonista e não espectador, e sua realidade faz parte do contexto em que a comunicação ocorre. Ensino e aprendizado são vistos como atividades que ocorrem num plano pessoal-psicológico.

Portanto, quando pensamos em "aprender inglês" precisamos entender exatamente o que queremos para saber onde buscá-lo.


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COMO APRENDER INGLÊS
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Momento e lugar são os dois principais fatores determinantes. Quanto ao lugar, há dois caminhos: no exterior ou no Brasil. Quanto ao momento, pode variar desde a infância, até a terceira idade.

Sem dúvida, no exterior o aprendizado é mais eficaz, mas em muitos casos demasiadamente caro ou inviável por outros motivos. Já no Brasil, as possibilidades de aprendizado eficaz são mais escassas e há necessidade de mais cuidado na escolha.

Quanto ao momento, quanto antes melhor. A assimilação de línguas é um processo paralelo ao desenvolvimento cognitivo da pessoa. O ser humano perde gradativamente a facilidade de assimilar línguas à medida que se desenvolve e amadurece.

As situações descritas abaixo representam, por ordem de preferência, aquelas que proporcionam aprendizado máximo (mais rápido e mais completo).

NO EXTERIOR

1) Na infância, por fatores circunstanciais, você vive com sua família em país de língua estrangeira, frequentando escola e convivendo com crianças da mesma faixa etária e, ao longo de sua vida, mantém contato com a língua. É uma das formas mais perfeitas de aprendizado.

2) Aos 17 ou 18 anos você participa de um programa de intercâmbio em país de língua inglesa, de preferência com duração de 10 meses. Em todos os ambientes em que convive (familiar, escolar, social) não há conterrâneos. É a outra forma mais perfeita de imersão e de aprendizado. Veja aqui mais sobre intercâmbio para adolescentes em high shool.

3) Assim que você conclui sua carreira acadêmica, participa de um programa de estágio remunerado para aperfeiçoamento profissional, em país de língua inglesa, de preferência com duração mínima de 6 meses. Nos ambientes que frequenta não há conterrâneos. Leia aqui sobre estágios remunerados no exterior.

4) Em qualquer momento de sua carreira profissional, você participa de um programa de desenvolvimento profissional junto à matriz da empresa multinacional em que trabalha, em país de língua inglesa – obviamente, longe de conterrâneos.

5) A qualquer momento em sua vida (quanto antes melhor) você participa de um programa de ESL (intercâmbio para estudo de inglês) em país de língua inglesa. Quanto maior a duração do programa, tanto melhor. Veja aqui mais sobre programas de ESL/EFL (intercâmbio p/ adultos).

NO BRASIL

6) Quando jovem, você tem a felicidade de fazer o ensino fundamental e médio numa escola internacional como as encontradas nos grandes centros, onde cerca da metade das disciplinas são ministradas em inglês, por professores falantes nativos. Tais escolas oferecem um ambiente de language acquisition quase perfeito, uma vez que o inglês se constitui não em objeto de estudo, mas sim em instrumento de estudo. Veja aqui uma lista de escolas internacionais no Brasil.

7) Você trabalha numa empresa multinacional e, em seu ambiente de trabalho (por exemplo: departamento de exportação), fala-se predominantemente inglês.

8) Você participa de um grupo pequeno de conversação de inglês com um instrutor com plena competência linguística e cultural, hábil em construir relacionamentos e improvisar atividades voltadas às necessidades e aos interesses do aprendiz. Veja aqui como escolher um bom programa de inglês no Brasil e como identificar o bom instrutor.

9) Você frequenta ambientes como bares, clubes recreativos ou desportivos, frequentados também por estrangeiros, onde você encontra ocasionalmente oportunidades de confraternizar com essas pessoas em inglês. Uma iniciativa desse tipo muito interessante, por exemplo, é a do Finnegan's Pub, um bar na cidade de São Paulo frequentado por estrangeiros falantes nativas de inglês e brasileiros também falantes de inglês que reúnem-se informalmente.

10) Você é autodidata e se dedica, com muito esforço e força de vontade, à prática de escutar músicas, ouvir gravações, assistir filmes, e à leitura de textos, tudo em inglês. Exemplo de material útil: o site Voice of America Special English (com textos e arquivos MP3 que podem ser baixados gratuitamente, além do canal de videos YouTubeVOA), o site BBC Learning English, o site do British Council denominado Listening Downloads, o site ESL Pod, ou a revista Speak Up com seu respectivo CD.


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